16 agosto, 2022

Professores e o negrume do passado

Surgiu ontem num meio de comunicação social, que o Governo encara muito sériamente, contratar todos os Licenciados deste País para exercerem a profissão de Professor, já a partir do próximo ano lectivo, que está prestes a arrancar...

Que é feito da Profissionalização? Que é feito do Estágio Pedagógico? Que é feito da Carreira de Docência, como um pilar da Educação, da transmissão do Saber, da passagem do Conhecimento aos mais novos, aos nossos filhos? Que é feito do princípio basilar que só deve Ensinar, quem para tal estiver devidamente qualificado?

A ser como se anuncia, é uma regressão, é um retrocesso tremendo no nível da Educação que se ministra na Escola Portuguesa. É o voltar triste e miserável aos idos de 80 e 90 do século passado, em que um qualquer licenciado de Direito, de Economia, de História, de Filosofia, dava aulas de uma qualquer disciplina de que nada sabia.

Há falta de Professores! Pois há, e sabem porquê?

Por se aposentarem, por estarem extenuados ao fim de muitos anos na carreira, sem verem recompensados todo o seu labor, todo o seu esforço. Por serem contratados todos os anos, uma e outra vez (há contratados a dar aulas há 20 anos!) e, por isso, andam todos os anos com a casa às costas, ora vivendo a Norte, ou a Sul, sem direito a constituir Família, sem direito a quaisquer ajudas de custo por estarem deslocados, trabalhando quando trabalham, estando ora empregados, ora no desemprego. Há falta de Professores, pois há! Tratem-nos melhor, para que eles possam desenvolver aquilo para o que estão devida e cientificamente preparados, de forma mais eficaz e presente.

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