Neste mesmo espaço, a 20 de Novembro de 2007, escrevi um texto em que fiz uma citação de um profissional da Educação, Professor à época, sob o título
"Desenganemo-nos, é mesmo assim!..."
Nele, deambulei pela temática da Educação e do que precisávamos fazer com cariz de urgência, para evitar males maiores num futuro não muito distante daquele tempo.
Por mero acaso, reli há pouco uma vez mais, tal texto e fiquei estupefacto com as constatações que fiz.
Nada se alterou! Tudo continua como dantes, com tendência para piorar a cada dia que passa. Quem devia ter actuado, a Tutela, o Ministério da Educação, os Pais, os Encarregados de Educação, ninguém, repito, ninguém mexeu uma palha, e o cenário que se verificava há 17 anos atrás, continua tão imutável como sempre tem estado. Estamos como que adormecidos. Estamos em hibernação. Estamos absolutamente ausentes da realidade. Estamos, como sempre temos estado: inertes, infelizes, descontentes, inoperantes, intolerantes, num beco sem saída, enfim, estamos sem chão, sem eira nem beira, à mercê da sorte, que não de uma estratégia pensada, concertada, focalizada num determinado objectivo.
Pasmo quando leio e releio o que ficou escrito há 17 longos anos atrás. Pasmo e assusto-me deveras com o futuro imediato baseado no acaso, nas mãos do qual ficamos à mercê de continuarmos a ser bafejados por meros golpes de sorte. Se, por acaso, nos encontrarmos com o azar, paciência, não passou disso mesmo: ninguém fez nada, toda a gente assobiou para o lado, em suma: tivemos azar!!!
Numa notícia de hoje mesmo, anuncia-se que 24 Países Europeus estão com falta de Professores. Pudera, quem quer ser mal pago? Quem quer ser insultado em sala de aula, todos os dias da sua vida? Quem quer ser menosprezado por quem deveria tratá-los com respeito? Quem aceita para além de todas as vicissitudes mencionadas antes, ter que pagar para trabalhar? Quem aceita lidar com Pais/Encarregados de Educação que acham que o Professor, mais não é que uma espécie de "bábá" dos seus filhos?
Estamos a caír pela escada abaixo, no que concerne à degradação do nosso edifício escolar. E estamos a fazê-lo sem consciência plena do fosso, do abismo que estamos a criar, entre o aceitável e o desprezível, entre o admissível e o impossível, entre o caminho da verdade e a vereda da impunidade. Já perdemos tempo demais. Abramos os olhos e actuemos duma vez por todas!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Vá lá, escrevinhe à vontade!