A vida está difícil. O dia a dia de muitos portugueses está uma lástima, o simples acordar de tantos e tantos, é em si mesmo, um autêntico pesadelo pois mais não é do que abrir os olhos, despertar, tomar consciência e lucidez para mais uma jornada dolorosa, onde a tantos e tantos, faltará o pão, o medicamento de toma 'obrigatória', o dinheiro para pagar a renda que está em atraso...
Anunciam-se mais e mais cortes. Nas pensões, nos funcionários públicos, nos desempregados, na saúde fecham-se postos, na educação fecham-se escolas...
A Cáritas, a Cruz Vermelha, a AMI, os lares de idosos, o Banco Alimentar, todos, mas todos os envolvidos nestas obras de solidariedade social, de que os mencionados são só alguns exemplos, apelam a mais ajudas, estendem a mão à caridade das populações, pois já não aguentam o número crescente de famílias que, todos os dias, se lhes abeiram pedindo auxilio.
Enquanto isto nos desmembra o cérebro, veio a terreiro o dr. Paulo Portas comentar que a última manifestação dos portugueses, que mobilizou milhares e milhares de cidadãos, não tinha no seu seio um único pobre, passando a ideia totalmente falaciosa de que quem se manifesta, são os bem colocados, os "bem de vida". Segundo ele, pobres não vão às manifestações; gente desempregada, gente com penhoras às costas, gente com filhos sem saber o que lhes dar de comer, não vai às manifestações... Que hipócrita tão miserável, que insensível perante a dôr instalada em tantos lares, que abjecto ser este...