16 novembro, 2010

Criança sofre!...

Há uma criança transtornada!
O menino tem 6 anos, é filho de Mãe toxicodependente e de Pai, perdido algures nos meandros da vida.
Está na 1ª. classe - agora diz-se 1º. ano - e chega todos os dias à escola sozinho. Ninguém o traz; nem pais, nem avós, nem uma vizinha, sequer. Não vem de carro, de transporte público, nada... Vem a pé, quer chova ou faça Sol e diz-se à boca pequena, que as quelhas e vielas por onde transita, estão cheias de problemas, de vícios, de violências mil...
Na escola é espelho fiel do que tem em casa. É uma criança complicada, difícil, agitada, embora tenha assomos, fogachos de ternura.
É criança que precisa de meiguice, de atenção, de cuidados extra. Necessita de apoio psicológico, da compreensão e do saber de quem foi preparado para tal desempenho.
O triste, o incompreensível, o inaudito é que nesta Escola, a profissional capaz de prodigalizar todo o apoio de que esta (e outras) crianças carecem, está de baixa, está de licença de parto e não há ninguém que a substitua, o agrupamento escolar não contrata um outro alguém.
Fizeram-se novas escolas, actualizou-se algum do parque escolar, deitando abaixo e levantando novas paredes. É evidente, que há que criar infra-estructuras de raiz capazes de facultar melhor qualidade para se estar, para se ter aulas, mas, lamentavelmente, a Escola não é só paredes: é Gente, são professores, são psicólogos, são auxiliares de educação...

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