30 março, 2011

Desemprego e contratação directa

Hoje tive uma notícia que me entristeceu sobremaneira. Alguém que bem conheço e a quem vi crescer desde os mais tenros anos de infância, está doente, está bastante doente. E isto, em resultado directo de ter chegado inopinada e abruptamente ao desemprego, àquele estado de alma que nos deixa sem pinta de sangue, embrenhados mentalmente num mar de confusão, em que, literalmente, não sabemos o que fazer à vida, e da vida, no dia a seguir. É descoroçoante, é terrível de encarar a mingua, a escassez de meios quando há compromissos assumidos como a compra de casa ou a escolinha dos miúdos.

Como se não vivêssemos neste mesmo país, nesta mesma terra de gentes com as mesmas dificuldades, com o mesmo desespero, chegam-nos novas de que o oposição vetou a Lei do Governo, que aprovava o aumento em cerca de 50% dos gastos a efectuar pelas Câmaras, pelos Ministros e pelo Primeiro Ministro em adjudicações de obras por ajuste directo, isto é, sem concurso público; ou, como diz o povo, por contratação aos amigos, aos afilhados do costume, aos 'boys' que bem conhecemos... Tenho pena, verdadeira pena de portugueses como o meu amigo, que não mereciam, nem merecem, estes gajos capazes destas manigâncias, vestidinhos a rigor, fato e gravata a condizer e barriguinha cheia em restaurante de luxo...

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