A Covid-19, embora o não desejássemos, ainda continua por aí. Muitas medidas, muitas contra-medidas, muitas regras e contra-regras, muito "deixa para lá, que o pior já lá vai", muita ignorância à mistura e muita vontade de regressar a uma pseudo normalidade, que disso mesmo - normalidade - já tem muito pouco.
Os números, infelizmente, não enganam. Quase mil e trezentos ontem, quase mil e quatrocentos hoje,e a tendência é para que vai continuar a crescer.
"Web Summit", em Lisboa com quase quarenta mil no Altice Arena - ex. Pavilhão Atlântico, lembram-se? - mais de sessenta mil programados no autódromo do Algarve, no próximo Domingo para o grande prémio de Moto GP, com o nosso Miguel Oliveira, salas de espectáculo a abarrotar, restaurantes, bares, discotecas, tudo em pleno, que mais é que nós queremos? Estava a adivinhar-se que tinha tudo para dar asneira e, ei-la pujante e plena de novas cambiantes para nos vir a dar muitos amargos de boca. Maldita asneira em que nos estamos a tornar mestres na sua recriação! Afinal, aprendemos pouco ou quase nada, com tudo aquilo por que já passamos.
Um dia destes, as nossas Escolas vão acusar esta tendência, vão estar no vermelho (nas red lines, como dizem os entendidos) e, não só os estabelecimentos escolares e os seus mais de dois milhões de seres em movimento entre Pais e Alunos, mas também, os nossos Hospitais vão estar à beira da ruptura, do colapso, do descalabro...
Entretanto, num País meio adormecido, meio narcotizado, vamos assistindo a tudo isto sem que se vejam medidas urgentes e enérgicas para suster mais uma enxurrada que se prepara. De que estamos à espera para agir, o que é que falta para testar, testar e vacinar a toda a brida? O que nos falta para nos atirarmos a esse galope desenfreado e abandonarmos este trote sincopado em que nos passeamos em majestática indiferença? Acordemos todos, já!
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