Cavaco Silva, ex-Primeiro Ministro e ex-Presidente da República, esteve hoje, a convite, nas Jornadas de encerramento do movimento de Autarcas do PSD. E esteve imparável no que concerne ao ataque serrado que fez ao Governo, e em particular ao Primeiro Ministro António Costa.
Não deixou pedra sobre pedra. Foi incisivo, acutilante, peremptório, arrasador. Falou do alto da sua cátedra, daquela que uma vida dedicada à política, lhe confere em momentos tão inscontantes e inconsequentes da vida pública e política de Portugal, como aqueles pelos quais temos vindo a passar.
Já aqui o afirmei e reafirmo peremptóriamente: sou um animal político como todo o Homem é, mas sou totalmente apartidário, não tenho quaisquer amarras a qualquer que seja a força política que ocupe as cadeiras do poder. E, é nesta qualidade, que me sinto à vontade para exprimir o que entendo estar bem ou menos bem em determinados momentos da nossa vida colectiva. Neste sentido, o discurso de 40 minutos hoje produzido foi altamente bem escrito. Fez uma retrospectiva perfeita, enfatizando coisas do passado recente de que já nos tinhamos esquecido, tal tem sido o chorrilho de asneiras cometidas pelos mais variados Ministros e Secretários de Estado, no passado recente.
Cavaco deeixou recados ao País, à Oposição, ao Governo e a António Costa. Não deixou de tocar em Marcelo Rebelo de Sousa e, bem mais importante, não deixou em claro alguns reparos para dentro do próprio PSD, a quem aconselhou a jamais entrarem por esta trica miserável inter-partidária, em que os Partidos já não se respeitam, não utilizam linguagem caracterizada pela urbanidade e pelo civismo, jamais esquecendo que as relações institucionaos não podem, nem devem, ser feitas tendo como pano de fundo, uma gritaria que em nada beneficia nem honra quem a profere.
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