Dois dias após a derrocada da arriba no Algarve e da constatação triste das cinco vítimas mortais, acabo de ver no Jornal televisivo das 13h que passa na SIC, várias entrevistas feitas hoje em tempo real.
Casais com filhos, mães a alimentar os filhos, gente nova, de meia idade e gente menos jovem, afinam todos pelo mesmo diapasão, apesar do sucedido e de se encontrarem debaixo de uma qualquer outra arriba, que pode ruir a qualquer momento e que se encontra assinalada com um sinal de perigo, alertando para o risco em que se incorre.
As opiniões colhidas pelo repórter são hilariantes/arrepiantes:
- "Não, não tenho medo". Só porque aconteceu uma desgraça há dois dias, não quer dizer que volte a acontecer hoje". (mãe a alimentar o filho pequeno).
- "Medo? Não, porque deveria tê-lo? Parece-me que a rocha sob cuja sombra me encontro, não ameaça ruir". (homem com mulher e filho ao lado).
A despeito do aspecto algo ameaçador (e lindo, sem dúvida!) e da placa sinalizando perigo e cravada no sopé da arriba, os portugueses continuam a viver "à sombra" da famosa máxima: "estas coisas só acontecem aos outros!" Só que, por vezes, também a nós a desgraça entra pela porta adentro...
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