POR CÁ...
Andamos em desvario por ruelas,
Tropeçamos nas pedras da calçada,
Esgotados, corremos nas vielas,
Descansamos à sombra da ramada.
De novo ao alto, viramos no gaveto,
E continuamos a pé, pela avenida.
Sem saber, fomos dar a um beco,
Taipal de madeira, sem saída.
Errantes, vagueamos na rua,
que desembocava numa praçeta.
No meio, uma estátua de mulher nua,
Em lago de chão, de água seca.
Acima e abaixo, pelo empedrado,
Subindo e descendo tantas escadas.
No fim do dia e de corpo cansado,
Espraio-me no fofo das almofadas.
Passeatas urbanas ou campesinas,
De carro, bicicleta ou a pé.
Campos de trigo e água de mina,
Areia dourada da bela Galé.
Terra nossa, dádiva bendita,
da Mãe Natureza, agora aflita.
Estragamos depressa este naco de terra,
Destruímo-la como em tempos de guerra.
CARLOS MENEZES