Houve eleições em França e Nicolas Sarkozy aparece, qual redentor, renascido das cinzas.
Após escândalos e mais escândalos de vários níveis, o homem que tinha levado um pontapé no traseiro e tinha saído do poder com o rabinho entre as pernas, reaparece garboso, cheio de lábia - vá lá saber-se de que massa somos feitos? -, a debitar umas coisas em cima de um púlpito e com a malta, a multidão, o povo, a populaça e os meios de comunicação, atentos que nem cordeiros prontos para o sacrifício, escutando ávidamente o que o 'grand-maitre' tem para dizer.
É espantoso. A nossa capacidade de sacrifício, de sofrimento, de auto-flagelação é por demais evidente, para que possamos alegar que estávamos distraídos. Será que enquanto multidão nos assemelhamos a uma manada de bisontes que, quando um dispara numa direcção, leva todos os outros milhares no seu encalço em louca correria? Será que não aprendemos nunca? Dão-nos porrada, tratam-nos mal, insultam a nossa inteligência e voltamos sempre a votar nos mesmos, naqueles que já vimos e que já nos deram mostras evidentes de não serem capazes para conduzir os nossos destinos. Será que somos masoquistas, ou simplesmente, estúpidos?