Estamos um país de gente violenta. Violenta e feia, mal ajambrada, mal educada, mal criada desde a nascença. Mata-se actualmente por razões das mais díspares, desde a violência doméstica, até ao assalto à mão armada, em que ao mínimo desvio do planeado, se dispara à queima roupa, se abate, se esfaqueia até à morte... Estamos a viver tempos de miséria, de fome, de desgraça, mas a verdade é que a mesma sempre existiu, ora mais encapuzada, ora mais às escancaras, como é o caso agora. E, mesmo no passado não muito longínquo em que a fome campeava por aí, havia um outro respeito, uma outra noção do "certo e do errado", que não permitia acontecimentos tão brutais como aqueles que agora presenciamos.
Não educamos as nossas crianças, os nossos filhos, como deveríamos. Não lhes ensinamos o significado do NÂO e eles vão crescendo julgando que tudo lhes é permitido, que podem tudo, até ao dia em que deixam de ser crianças. Verdade seja dita, que esta paranóia do legislador que acha que Crianças são todos os meninos e meninas até aos dezoito anos, é uma estupidez chapada. Aos dezoito anos, os jovens de hoje são homens e mulheres, pelo menos fisicamente, no apogeu da força física e capazes de uma grande atrocidade num momento de descompensação. Chamar crianças e "cobri-los" com a força da Lei, a rapazes/homens capazes de assassinar os pais ou a namorada num ápice, por não terem sofrido uns correctivos quando deles precisavam, é de uma insanidade parental e social a toda a prova.
Depois julgamos em Tribunal (com as Leis do tal legislador deslocado da realidade) um polícia que, após chamada para acorrer a um assalto, manda parar a viatura que o assaltante conduz a toda a velocidade. Este assaltante (coitadinho!...) tenta atropelar o polícia e põe-se em fuga. Após perseguição e na tentativa de imobilizar a viatura que circula na via pública a velocidade criminosa e capaz de matar alguém que nada fez para morrer, o polícia dispara para os pneus. Acerta num mas, nos vários disparos que faz, acerta também no filho do assaltante de 12-13 anos, que o pai com ele levara, provávelmente, para dar ao filho uma aula prática de como fazer um assalto e atropelar um polícia.
Pois o polícia foi julgado pela Lei do "tal legislador fora da realidade" e o Juiz condenou-o em prisão efectiva e ao pagamento de indemnizações aos paizinhos que deveriam levar o filho à Escola, e nunca para cenários de crime. Tenho pena de viver num País que protege e premeia criminosos e condena aqueles que trabalham todos os dias para nos defender, correndo sérios riscos de vida. Que País de merda, este em que vivo!