Ainda ecoa, ainda ribomba, o eco da notícia (medonha), ainda estão na retina as imagens das crianças necessitadas, dos sofredores, dos 'NEE', crianças com "Necessidades Educativas Especiais". Difícil é também olvidar as caras e as lágrimas de duas mães, de entre muitas outras que a reportagem não mostrou mas, que certamente, estarão a viver também, aqueles mesmos momentos de grande agonia.
O Ministério da 'Desgraça Anunciada' cortou, ratou, mordiscou, a verba que, anualmente, destinava à "APPCDM". Aquilo que acordou no inicio do ano lectivo 2010/2011 e que, portanto, deveria ser distribuído pelos 12 meses do ano, anuncia agora, a meio do trajecto escolar de apoio, que afinal, não poderá ir além de 5/doze avos, ou seja, o dinheiro só chega para 5 meses de trabalho, intenso, persistente, valoroso, heroico de profissionais que todos os dias inventam o impossível para dar carinho, apoio, atenção, cuidados especiais a crianças que deles carecem, e que não têm culpa de não terem sido bafejadas pela sorte à nascença.
Infelizmente, nem uma ponta de pedagogia, nem um pensamento mais elevado, nem um laivo de humanidade; tudo se cinge a números, verbas orçamentais para cumprir o défice anunciado, custe o que custar. Cortem em tudo, menos aos beneficiários da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Deficientes Motores. Cortem em tudo, menos aqui, carago!...